Gisele Pedroso

A história por trás da máquina de costura, que se tornou uma marca regional.

Quando ela chega em qualquer lugar, não passa despercebida. Elegante, estilo marcante e uma feminilidade particular.
— Miriam

Não é à toa que essas são características de sua marca de roupas. Nesta edição, vamos conhecer mais a fundo a história de Gisele Pedrozo.

Gisele nasceu em Ivinhema; mas só nasceu mesmo, porque a maior parte de sua vida morou aqui em Dourados. Aliás, é de uma das famílias fundadoras da cidade. É bisneta de Izidro Pedrozo, que chegou por essas terras em 1897 e está entre os primeiros moradores.

Família é um bem precioso para Gisele. Na sua infância, o pai tinha uma gráfica em sociedade com um Tio, a mãe era dona de casa e costurava as roupas dos quatro filhos; aliás, foi com a mãe costurando em casa que Gisele teve os primeiros contatos com a moda. A família morava no mesmo terreno do tio, 129 que também tinha quatro filhos. O muro das casas foi retirado e a criançada cresceu junta, brincando muito. Família estruturada e muito unida. Até hoje os primos se reúnem em uma grande festa todo ano.

Voltando à moda, Gisele sempre via a mãe mexendo na máquina de costura. Aos 14 anos, fez o primeiro curso de modelagem, incentivada pela mãe.

Eu gostava de desenhar roupas, meus próprios vestidos, mas minha mãe falava: ‘papel aceita tudo!
— Gisele Pedroso

Então, me colocou no curso para eu saber como desenhar, como modelar realmente; mas, até então, moda era um hobby”, lembra.

Quando chegou a hora de escolher a profissão, chegou a prestar vestibular para Medicina, mas fez Direito. Formou-se em 2002 e trabalhou em um escritório de Advocacia com ex-professores da faculdade. “Fui fazer ‘Empretec’, pensando em usar os aprendizados no escritório como advogada, mas foi durante o curso que meus olhos se abriram e vi a oportunidade de realizar um sonho. Tinha tudo na cabeça, de como seria a empresa de roupas”.

Nessa época, a mãe e a irmã costuravam em casa, Gisele propôs que juntas elas criassem a própria marca. “No começo, a gente fazia o que as clientes pediam, era tudo feito em casa, uma sala de costura, outro de corte. Mas fui percebendo que essa não era a ideia original. O objetivo era desenvolver uma

130 marca com um DNA, estilo próprio. Foi então que resolvi fazer Design de Moda, na Escola Profissional de Moda, em São Paulo”. A vocação ela já tinha, precisava da técnica e do conhecimento.

Gisele queria que a marca que leva seu nome tivesse sua identidade. “Eu queria trabalhar com malha, mas tinha que ser uma malha diferente das que eu encontrava por aqui, tinha que ter qualidade. O tecido tinha que possibilitar tornar realidade aquilo que estava no papel. Eu gosto de babados, mangas bufantes e muitos laços. Gosto de desenvolver peças que realçam a feminilidade da mulher. Isso é empoderamento, é elegância, é estilo”.

O estilo Gisele Pedroso fez sucesso em Dourados e região, e elas precisavam de um espaço novo, exclusivo para confecção e atendimento. Então, saíram da casa e foram para um espaço apropriado para criação, desenvolvimento, fabricação e comércio.

Hoje a marca é reconhecida facilmente pela cidade, e Gisele não pensa em parar por aí. “Estamos trabalhando para ver ‘Gisele Pedrozo’ de norte a sul deste país e atravessando fronteiras. Quando vejo alguém chegando em um lugar com minhas roupas, é uma honra muito grande. É o resultado final de todo nosso trabalho, e isso nos enche de orgulho”, finaliza.

PING PONG

Moda é: “Um estilo de ser, agir e pensar.”

Uma roupa inesquecível: “Um vestido de noiva, que confeccionamos no primeiro ano de loja. Eu disse que não fazia vestido de noiva, mas ela me disse: ‘eu acompanho seu trabalho e vejo sua vitrine todos os dias, quero casar com um vestido seu’”.

O melhor momento da carreira: “Estou vivendo esse momento, com mais maturidade, conhecimento e confiança.”

Ser mulher é: “A capacidade de ser frágil e guerreira ao mesmo tempo. Superar-se e reinventar-se sempre. Não temer os desafios, não perder a sensibilidade para as belezas e sutilezas da vida. É desejar o indesejável. É buscar o impossível.”

Um sonho não realizado: “Todos os meus sonhos ainda não realizados, são passíveis de realização.”

Três objetos sem os quais não fico: “Brincos, perfume e meu terço.”

Uma viagem marcante: “República Dominicana, pelo surpreendente contraste da vida social na região.”

Uma inspiração: “As flores.” Uma comida: “Japonesa.”

Uma saudade: “Da simplicidade e pureza da minha infância.”

Uma música: “Bem Supremo, de Adhemar de Campos.”

Família é: “Meu Porto Seguro.”
Uma frase: “Seja sábio nas escolhas, pois a vida é

uma consequência delas.”

Celebrar é: “Viver com gratidão o tempo todo, a tudo que se tem.”

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