Quem vai ficar com o Mico?

E aí empresário, já pegou seu mico hoje? Um artigo da revista Harvard Business Review chamado "Who's Got The Monkey", que pode ser traduzido como “Quem vai ficar com o Mico?” aborda uma metáfora inteligente que mostra a realidade da gestão de tempo, tarefas e pessoas dentro das organizações. O mico, se refere aos problemas, situações a serem resolvidas, que quando mal geridas acabam por sobrecarregar a liderança fazendo com que ela seja extremamente operacional e cansativa.

 

A metáfora: 

O conceito central do artigo é que, em muitas interações no ambiente de trabalho, um "mico" (tarefa ou problema) é transferido das costas do subordinado para as costas do líder. Isso ocorre todas as vezes que um subordinado, colaborador, apresenta um problema, uma situação, que deveria resolver sozinho, ou quando muito, ser ajudado para que resolvesse, e tem essa situação assumida pela liderança.

 O líder assume para si o MICO, e quando menos se espera, está com a mesa cheia deles, andando para todos os lados, fazendo bagunça em toda a sua agenda.

As vezes este problema pode parecer distante para você, mas vamos deixar as coisas mais próximas da realidade. 

Imagine uma cena como esta: A internet do escritório caiu.

O colaborador liga para o dono da empresa e avisa:

-- Senhor Carlos, a internet caiu.

O dono da empresa responde:

-- Deixa que eu já resolvo isso. 

Pronto, o sr. Carlos, acabou de ficar com aquele mico.

Enquanto ele não resolver essa tarefa, o colaborador ficará de braços cruzados, e a empresa sem funcionar.

 

Neste exato momento ouve uma inversão de papeis, o subordinado se tornou dono, e o dono se tornou funcionário, posso até imaginar a cena do colaborador batendo na porta do dono e cobrando: “Sr. Carlos, já resolveu a questão da internet? Sem ela eu não vou conseguir trabalhar hoje”.

 Essa cena se repete inúmeras vezes dentro das empresas, a maioria delas se dá ou pela falta de autonomia que o time tem em executar tarefas ou pelo excesso de centralização de atividades, informações e etc, que o dono da empresa apresenta.

O líder, agora sobrecarregado com mais um "MICO", tem menos tempo para se concentrar em suas próprias responsabilidades essenciais.

 

O que isso significa na prática? 

A liderança eficaz nas organizações requer a habilidade de gerenciar esses "MICOS", garantindo que permaneçam com quem deve realmente resolvê-los. Líderes eficazes empoderam seus subordinados para que sejam capazes de tomar decisões e resolver problemas de forma independente. Isso não apenas alivia o líder de uma carga desnecessária, mas também contribui para o desenvolvimento profissional dos subordinados, aumentando a autoeficácia e a responsabilidade dentro da equipe.

 Para evitar o acúmulo de "MICOS" indesejados, os líderes podem adotar várias estratégias:

 1. Clareza de papeis: Definir claramente as expectativas e responsabilidades de cada membro da equipe pode ajudar a prevenir mal-entendidos sobre quem deve cuidar de quais problemas.

 

2. Delegação eficaz: A delegação não é apenas atribuir tarefas, mas também fornecer a autoridade e os recursos necessários para que os subordinados possam realizar essas tarefas de forma independente.

 

3. Desenvolvimento: Investir no desenvolvimento de habilidades e competências dos subordinados garante que eles tenham as ferramentas necessárias para lidar com os desafios por conta própria.

 

4. Linhas limite: Líderes precisam estabelecer limites claros sobre quando e como devem ser abordados para resolver problemas, encorajando a resolução de problemas no nível mais baixo possível dentro da organização.

 

5. Linhas de comunicação sempre abertas: Manter linhas de comunicação abertas e claras para discutir progressos, desafios e soluções possíveis sem transferir a responsabilidade do problema.

 

Além dessas estratégias individuais, é crucial desenvolver uma cultura organizacional que valorize a responsabilidade e a autonomia. Uma cultura que celebra a iniciativa e a resolução de problemas em todos os níveis da organização não apenas melhora a eficiência, mas também aumenta a satisfação e o engajamento dos funcionários.

 Agora que você já tem clareza sobre a quantidade de micos que você ganha todos os dias, recomendo que comece a delega-los, afinal, você tem uma empresa que precisa dar lucros, e não um zoológico de MICOS.

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