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O MOTOR DA ECONOMIA BRASILEIRA ESTÁ PERDENDO A FORÇA

Somos sabedores de que o agronegócio é o setor que mantém a balança comercial do país nos últimos anos. Mesmo com crises de políticas externas, guerras, pandemia e afins, o agro se manteve forte e amenizou grandes danos na economia brasileira, pois tivemos anos de boa produtividade e uma estabilidade de preço das commodities agrícolas, que entregou aos agricultores boa rentabilidade, mas esse cenário já se tornou uma saudade.

Estamos passando por um momento de muita dificuldade, fatores climáticos têm diminuído muito o potencial produtivo das culturas, e a política agrícola tem deixado cada vez mais o agricultor sem amparo. Na última safra de soja 23/24, vimos o setor frear os novos investimentos depois de uma baixa produção, e preços bem abaixo do ano anterior. O agricultor apostou todas suas fichas na cultura de inverno, buscando salvar o ano safra, principalmente na cultura do Milho.

Infelizmente, na prática, os danos por fatores climáticos que vivenciamos no verão se repetiram na safra de inverno. Baixos índices pluviométricos, alinhados com altas temperaturas, castigaram as culturas de milho, trigo e aveia, e as perdas de produção chegam em 70% em muitas áreas. Aquele produtor que vem adotando tecnologias de correção de solo em perfil e manejo de matéria orgânica conseguiu minimizar os danos, porém a produção ainda assim foi bem abaixo do esperado.

Com a perda de rentabilidade, o setor produtivo clama por políticas públicas que amparem o produtor nos momentos de dificuldade, mas o que vemos é o descaso do governo federal, que se isenta de sua responsabilidade e coloca a economia de todo o país em risco. Está cada vez mais explícita a dificuldade do produtor de prorrogar suas contas para as próximas safras, e também na obtenção de crédito rural junto às instituições financeiras, fazendo com que o setor passe pelo momento mais crítico e difícil dos últimos 10 anos, tanto em produtividade, quanto em estabilidade política de preços e amparo jurídico.

Mesmo em dificuldade, o mercado agrícola brasileiro é visto com bons olhos pelas startups, que vêm trazendo cada vez mais ferramentas para impulsionar a gestão de fazendas por meios da internet e inteligência artificial. Essas tecnologias têm encantado a sucessão familiar na gestão das propriedades e não somente trazem as informações na palma da mão, como ajudam o produtor na tomada de decisão, dirimindo riscos operacionais, de manejo e também de fatores climáticos.

 Vander Dosso | Engenheiro Agrônomo
Sócio-Proprietário da Dosso e Dosso Ltda