Atenção com a dengue
Um estudo realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostrou que o sorotipo 3 do vírus da dengue, que não causava epidemias no país há mais de 15 anos, está ressurgindo no Brasil. A pesquisa, coordenada pela Fiocruz Amazônia e pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), caracterizou geneticamente os vírus de quatro casos da infecção registrados este ano, acendendo o sinal de alerta para o risco de uma nova epidemia causada por esse sorotipo viral.
O estudo revela que a circulação de um sorotipo que esteve ausente por tanto tempo é motivo de preocupação para especialistas. A baixa imunidade da população em relação ao sorotipo 3 aumenta o risco de uma epidemia, uma vez que poucas pessoas foram expostas a esse vírus desde as últimas epidemias ocorridas no início dos anos 2000. Além disso, há o perigo da dengue grave, que ocorre com mais frequência em pessoas que já tiveram a doença e são infectadas novamente por outro sorotipo.
Os resultados do estudo foram divulgados em um artigo preprint na plataforma medRxiv para uma rápida disseminação das informações. O trabalho também foi submetido para publicação em um periódico científico. A pesquisa contou com a colaboração de laboratórios estaduais de saúde pública e de especialistas de diversas instituições de pesquisa.
De acordo com o virologista Felipe Naveca, chefe do Núcleo de Vigilância de Vírus Emergentes, Reemergentes e Negligenciados da Fiocruz Amazônia, a análise genética indicou que a linhagem do sorotipo 3 detectada foi introduzida nas Américas a partir da Ásia, possivelmente no Caribe. Essa linhagem está circulando na América Central e recentemente também infectou pessoas nos Estados Unidos.
Os casos analisados incluíram três casos autóctones em Roraima, ou seja, pacientes que se infectaram no estado e não tinham histórico de viagem, e um caso importado no Paraná, diagnosticado em uma pessoa proveniente do Suriname.
O estudo serve como um alerta não apenas para o Brasil, mas para toda a região das Américas. O ressurgimento do sorotipo 3 do vírus da dengue representa um desafio adicional no contexto atual de aumento dos casos de arboviroses no país. É essencial que médicos e especialistas estejam atentos a essa situação e adotem medidas preventivas para evitar uma nova epidemia da doença.
A Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas (ABCVAC), da qual a Immunitas vacinas é associada, e conta com o biomédico Antônio Carlos Guedes Praça como conselheiro da entidade, como um dos representantes da região Centro Oeste, comunicou que o Brasil receberá uma nova vacina contra a dengue na próxima semana. Trata-se da Qdenga, produzida pela Takeda Pharma Ltda., que teve sua aprovação concedida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março deste ano. Este imunizante se destaca por conferir proteção ampla contra os quatro sorotipos do vírus causador da dengue.
A vacina, em seu lançamento inicial, será disponibilizada exclusivamente por clínicas particulares de vacinação, com o preço final ao consumidor variando conforme a localidade.
A faixa etária para receber esta vacina, está entre as pessoas de 4 a 60 anos de idade, sem necessidade de exame positivo, para comprovar que a pessoa teve a doença anteriormente.