RELACIONAMENTOS INTERPESSOAIS EM TEMPOS DE CONFINAMENTO
Como a maioria de nós tem uma vida cheia de atividades, acabamos passando pouco tempo em casa com nossos companheiros (as), filhos(as) e outros familiares, principalmente durante a semana. A grande questão é que agora nos vemos obrigados a dividir o mesmo espaço 24 horas por dia com pessoas que pensam e agem diferente de nós, o que pode fazer dessa convivência um desafio. Por isso, torna-se importante refletir sobre como o confinamento pode afetar nossas relações interpessoais e o que fazer para manter a serenidade, fortalecermos essas relações com nossos familiares e evitarmos atritos desnecessários.
Novas dificuldades interpessoais podem ter se apresentado nesse momento, mas a verdade é que a maioria delas já existiam e foram apenas potencializadas pelo convívio intenso. Esse período de pandemia e distanciamento social nos impõe diversas mudanças e adaptações, além de trazer muitas incertezas e preocupações. Por esse motivo, é natural que as pessoas estejam mais estressadas e, portanto, mais impacientes e intolerantes com os outros. Nesse estado, ficamos mais propícios a iniciar uma discussão com alguém por motivos pequenos e/ou mais sensíveis a perceber uma
simples atitude como provocação.
Entenda que todo conflito começa dentro de nós. Antes de ser manifestado em palavras
ríspidas, elevação do tom de voz ou comportamentos agressivos, o conflito se inicia com um desconforto interno, sinalizando que alguma necessidade nossa não está sendo atendida naquela situação.
A crise atual obrigou a maioria das pessoas a desacelerar o ritmo de vida, o que pode ser encarado como oportunidade para dedicarmos mais tempo a olhar para dentro de nós. Podemos estar mais atentos aos nossos pensamentos, sentimentos, comportamentos e às necessidades por trás deles. Autoconhecimento e autoconsciência nos ajudarão a avaliar melhor a situação, entendermos nossa responsabilidade e frear comportamentos prejudiciais à nossa vida e que enfraquecem/desgastam as relações.
Parece óbvio, mas é sempre importante lembrar: somos seres únicos, singulares. Cada ser humano tem uma visão de mundo e um modo de ser próprios, construídos pelas experiências vividas ao longo de sua história. Nós não enxergamos as coisas como elas são, mas sim como nós somos. A partir da nossa interpretação sobre a situação, vamos ter sentimentos e comportamentos correspondentes. E se a realidade é uma construção individual, não há apenas uma correta ou verdadeira. Procure entender as necessidades e respeitar a maneira de pensar, sentir e agir do outro.