O “novo” coronavírus e as doenças cardiovasculares
POR QUE ESTA DOENÇA É TÃO DEVASTADORA NOS PACIENTES COM DOENÇAS CARDIOLÓGICAS CRÔNICAS?
No final do ano de 2019, na cidade de Wuhan, na China, nos deparamos com o surgimento do novo coronavírus humano, responsável pela síndrome respiratória aguda grave, (SARS-CoV-2) ou doença de coronavírus (COVID-19) assim chamada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
No início deste ano, essa realidade chegou ao nosso país trazendo consequências devastadoras tanto na área de saúde pública, econômica, social e emocional, decorrentes da pandemia que afeta drasticamente toda a população.
Outra característica importante desta doença é a descompensação de cardiopatias que estavam compensadas anteriormente, como as doenças arteriais coronarianas. Sabe-se que as comorbidades mais importantes são a hipertensão arterial e o diabetes.
Apesar de ainda estarmos na pandemia, não podemos definir com exatidão a taxa de letalidade, mas sabemos que não está tão baixa, principalmente para a população idosa.
O COVID-19 pode gerar danos aos miócitos, isto é, as células musculares cardíacas. A grande responsável por esses danos é a resposta inflamatória sistêmica exacerbada do nosso organismo ao vírus. Além de distúrbios imunológicos desencadeados pela invasão viral e a progressão da doença.
A doença inflamatória sistêmica leva uma lesão à parede dos vasos sanguíneos, o endotélio e predispõe à formação de trombos nos vasos sanguíneos, levando ao tromboembolismo venoso e outras complicações. Outro fator crucial observado é que houve um aumento nos casos de infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral isquêmico. Não podendo esquecer das arritmias cardíacas graves.
O COVID-19 basicamente utiliza uma enzima conversora de angiotensina (ECA 2) para conseguir penetrar nas células pulmonares. Polemicamente surgiu então que alguns medicamentos para hipertensão arterial que atuam nesse sistema como Inibidores da ECA (IECAS), exemplo é Enalapril e Captopril, e Bloqueadores dos receptores de Angiotensina 2 (BRA), exemplo é Losartana e Valsartana, poderiam aumentar esses receptores, podendo facilitar a entrada do COVID no interior das células e desencadear a SARS.
A Sociedade Brasileira de Cardiologia e outras entidades internacionais não recomendam a suspensão desses medicamentos sem uma prévia avaliação do seu cardiologista. Principalmente pelo fato desses medicamentos serem os pilares no tratamento de hipertensos e doença cardiológicas. Uma vez que a suspensão poderia descompensar essas doenças e trazer complicações drásticas e ainda faltarem dados na literatura que estes realmente predispõe a infecção do COVID-19.
Consequentemente, ainda a prevenção continua sendo a melhor maneira de evitar essa doença e seus efeitos drásticos na nossa população. Lembrando das medidas simples e extremamente eficazes: LAVAR AS MÃOS COM ÁGUA E SABÃO, ÁLCOOL EM GEL PARA DESINFECÇÃO DE SUPERFÍCIES E OBJETOS.
Um grande abraço à todos.