ACEITE O FUNDO DO POÇO

O título da matéria de hoje parece ir contra tudo o que tenho escrito na coluna até agora, mas me peguei estudando para ministrar uma palestra essa semana, palestra que aliás depois de algum tempo resolvi fazer contando minha história de empreendedora (vai ser bem desafiador para mim, mas estou muito empolgada). E em meio a essas pesquisas, tive um insight a respeito de aceitar o "Fundo do poço".
Como já falei várias vezes aqui, atendo muitas pessoas, e em quase 17 anos como empreendedora, me relaciono com muitos empresários, e percebo um comportamento padrão, inclusive em mim. O de não querer estar de frente com algumas situações, não encarar o problema, que por um momento parece um monstro, e deixá-lo lá quietinho, adormecido, como se ele não existisse.
Quando digo em "aceitar" o fundo do poço, não digo para sentar e chorar, se culpar ou se acomodar, digo para encarar de frente. Não se vence um inimigo simplesmente ignorando sua presença, existem situações que precisamos "puxar a capivara" mesmo, sentar, escrever, desenhar e olhar de frente para ter a real clareza da situação, e só aí começar a caminhar para a solução.
Me lembro que nos meus momentos mais desafiadores como empreendedora, tive que fazer isso algumas vezes. Não é fácil, enquanto você não conhece seu inimigo 100% ainda há a ilusão de que ele não é tão mal assim. As vezes realmente pode não ser, mas as vezes ele pode ser bem pior do que imaginávamos. Mas conhecê-lo é fundamental para as estratégias de combate.
Hoje quero que você reflita.
De qual situação você tem tentado evitar ter clareza? Como vai traçar as estratégias corretas e focar em solução, se não sabe exatamente o tamanho do problema?
Aceite a derrota, não acertamos todas as vezes, aliás erramos muito, e isso é o que faz com que sejamos melhores.
As vezes temos muitos acertos em várias áreas, mas fomos derrotados em outra, e a partir daí passamos a não enxergar tudo que já deu certo.
Tire lições das situações de derrota, faça uma lista de aprendizados e de erros que não pode cometer mais. A partir daí comece a enxergar seus erros como resultados de ações, e pense em atitudes diferentes para colher resultados diferentes.
Por fim, não se culpe e não culpe terceiros. A culpa não leva a resultado algum. Se eu me culpo, automaticamente eu me vitimizo, vítimas não agem, sempre esperam por outras pessoas para ajudá-las. E se eu culpo terceiros, não me responsabilizo por aquela situação, então não preciso fazer nada, a responsabilidade não é minha.
Pense em autorresponsabilidade, ou seja, aceitar que a situação é sua, o monstro está aí e precisa ser enfrentado, e pensar nas melhores armas para essa guerra, isso sim pode gerar ações positivas.
Espero ter te ajudado a ter clareza sobre algumas situações da sua vida, e desejo que você inicie seu processo de impulso do fundo do poço de cabeça erguida e em cima do salto.

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